Foto: Governo de Córdoba (Divulgação)
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A informação de que uma nuvem com milhões de gafanhotos se movia pela Argentina em direção ao Rio Grande do Sul deixou a população dos municípios da Fronteira-Oeste assustada. Vídeos que mostram a aglomeração de insetos próximos a lavouras e plantações começaram a pipocar nas redes sociais. Nesta terça-feira, a situação passou a ser monitorada pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Desenvolvimento Rural (Seapdr) e pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
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De acordo com o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal do Estado, Ricardo Felicetti, ainda não há como afirmar se a nuvem irá passar, de fato, pelas cidades gaúchas. O fenômeno depende do vento e altas temperaturas.
- Os insetos chegaram a ficar a 150 quilômetros de Barra do Quaraí, cidade vizinha de Uruguaiana. Em 2017, também recebemos um alerta do Ministério da Agricultura sobre uma situação semelhante, mas não se confirmou - conta Felicetti.
O problema envolve o gafanhoto migratório sul-americano, que, como característica, vai de um local para o outro em busca de alimentação e condições propícias para reprodução, segundo o profissional. Conforme ele, a frente fria e as chuvas que se aproximam irão favorecer a dispersão dos animais.
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O gerente Regional da Emater em Bagé, responsável por municípios como Barra do Quaraí, Caçapava do Sul, Itacurubi, Rosário do Sul, Lavras do Sul, São Gabriel e Uruguaiana, Rodolfo Cesar Forgiarini Perske, diz que ainda há pouco conhecimento sobre o fenômeno. Pelo que se sabe até o momento, os insetos ameaçam as plantações de pastagem de inverno e os campos nativos da região, mas não representam perigo a humanos e outros animais.
- Creio que um desequilíbrio ambiental tenha trazido esses animais. Eles vieram do Paraguai, provavelmente, e viajam em uma velocidade que varia muito, de 10 a 100 quilômetros por dia - explica Perske.
A equipe da assessoria da imprensa da prefeitura de Rosário do Sul, que fica a cerca de 300 quilômetros de Barra do Quaraí, afirma que o poder público municipal ainda não estudou o assunto com profundidade e tem se informado sobre o tema, por enquanto, por meio da mídia do Governo do Estado.
Para Felicetti, os agricultores podem se manter calmos e, caso observem alguma situação que cause estranheza, devem comunicar a Inspetoria de Defesa Agropecuária da sua cidade.
A Defesa Civil Estadual afirma que está monitorando a situação e em contato com os países vizinhos. A última informação dá conta de que a nuvem de gafanhotos está indo em direção ao Paraguai.
*Colaborou Rafael Favero